Impactos negativos da moda rápida no meio ambiente e as mudanças que podem melhorar o cenário
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A moda convencional ou rápida, é um dos setores que mais impacta negativamente no meio ambiente. É responsável por elevada perda de recursos naturais, poluição e pelo trabalho escravo em regiões remotas. Mudanças são urgentes para que o cenário fique favorável. “Antes prevenir do que remediar”. Leia mais.
Quais atitudes a indústria da moda rápida deve tomar para minimizar os impactos ambientais negativos que produz?
A Greenco sabe que a sustentabilidade deve ser o principal foco de qualquer empresa da moda consciente. Por isso tem a missão de, “Desenvolver produtos do bem, com materiais orgânicos, reciclados e naturais, atendendo aos anseios de consumidores conscientes com o impacto que geram no meio ambiente.”.
Assim, mudanças de conceitos quanto à produção de moda precisam ser imediatamente percebidas pelo consumidor consciente que, por conseguinte, passa a optar somente pelas peças produzidas para a moda ética e sustentável nos moldes da slow fashion, como parte integrante do Movimento Slow.
Fast fashion ("moda rápida") continua persistindo no erro
Por outro lado, persistem - apesar de tantos apelos e amostragens práticas do prejuízo - muitas empresas da fast fashion que ainda utilizam combustíveis fósseis na fabricação de suas roupas. Essas empresas são, pois, responsáveis por até 10% da emissão global de dióxido de carbono, superior às emissões dos voos internacionais e transporte marítimo combinados.
"Vilões" poluidores continuam em cena
Poliéster
O poliéster, por exemplo, é uma fibra sintética bastante aplicada nos produtos da fast fashion. Por ser feito à base de petroquímicos, possui alto teor poluidor e sua produção já ultrapassou a dos tecidos de algodão, principal fibra têxtil do começo do século 21. Em 2015, o vestuário com roupas de poliéster emitiu 282 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, o triplo da produção de vestuário à base de algodão.
Plástico
A cada lavagem do tecido feito com fibras de poliéster, são liberadas partículas de plástico, conhecidas como micro plásticos. Essas diminutas porções ajudam a piorar a poluição dos oceanos, da água doce e da terra. Representam um perigo fatal para os animais marinhos que as consomem. Os resultados são catastróficos: altera o ciclo normal do crescimento e alteram na reprodução (mutações podem acontecer). Se o consumo for excessivo, podem até apressar a extinção da espécie.
Um estudo americano sobre os danos das fibras sintéticas na natureza, concluiu que 35% dos micro plásticos encontrados nos oceanos são de origem têxtil, tornando o material um dos maiores poluidores dos oceanos. Foi ainda detectado que os mexilhões marinhos expostos aos micro plásticos, tiveram as guelras e tubos digestivos alterados.
A escassez de água utilizada nas regiões produtoras da Ásia tem sido atribuída à produção da moda convencional, diretamente ligada à contaminação das águas subterrâneas locais e ao impacto negativo ao redor dos ecossistemas. Em 2015, foram gastos 79 bilhões de metros cúbicos de água pela indústria da moda rápida.
Um "poliéster do bem" ajuda a amenizar os impactos negativos
Felizmente, uma luz no fim do túnel: nem todo poliéster precisa ser, necessariamente, composto de petroquímicos. A fibra pode conter polímeros naturais, como os bioplásticos. Já existem estudos avançados com relação às bactérias que se alimentam de plástico. Em síntese, ou os plásticos são modificados ou serão banidos, definitivamente, do mercado.
O que precisa mudar?
4 mudanças para a empresa aderir à moda sustentável:
- Adotar novas regras de produção, bem como monitorar a utilização de seus produtos por parte dos compradores.
- Solicitar uma “Avaliações de Impacto Ambiental” como pré-requisito para aprovar novos projetos.
- Utilizar matéria-prima como o algodão orgânico (Selo BCI) ou o cânhamo, que não são tratados com produtos químicos, dentre outras vantagens.
- Aderir ao sistema de economia circular na produção da moda.
6 mudanças para o consumidor aderir à moda sustentável:
- Comprar roupas de segunda mão nos brechós.
- Comprar peças novas certificadas com selos que mostram a composição do tecido e que sua produção atendeu ao Fair Trade.
- Aderir às práticas do minimalismo e criar seu próprio "armário-cápsula".
- Doar para entidades filantrópicas aquela roupa que não serve ou que você perdeu o interesse.
- Promover o "upcycling”, sistema que propõe a reutilização do produto após sua revitalização (reforma).
- Alugar roupas para eventos festivos ou solenes, desencorajando a aquisição de roupas novas.