A bactéria que come plástico vai ajudar o meio ambiente!

Por ser de baixo custo, faz tempo que o plástico é utilizado numa grande variedade de produtos. Essa vantagem, porém, não lhe tira a fama - justa - de ser um dos maiores poluidores do meio ambiente. Isso pode estar acabando porque foi descoberto um “bichinho” que acha o plástico uma delícia!

Ideonella sakaiensis, a bactéria que come plástico! 

Tudo começou em 2016, quando cientistas japoneses, depois de analisarem rejeitos de um centro de reciclagem de garrafas PET, identificaram uma nova bactéria, a Ideonella sakaiensis, capaz de degradar esse tipo de plástico.

A pesquisa teve prosseguimento pelos cientistas da Carbios, empresa química francesa que desenvolveu um método de reciclagem (reciclagem enzimática) que poderá solucionar o problema da poluição dos plásticos e o seu prolongado tempo de degradação após descartado.

"Trata-se de um avanço significativo para a verdadeira reciclagem circular do PET e tem o potencial de reduzir nossa dependência do petróleo, reduzir as emissões de carbono e o uso de energia, e incentivar a coleta e reciclagem de resíduos plásticos.", declarou John McGeehan, professor e diretor do Centro de Inovação de Enzimas da Universidade de Portsmouth.

Dos 359 milhões de toneladas de plásticos produzidos por ano no mundo, mais da metade se acumula nos aterros sanitários ou continua agredindo o meio ambiente, como os oceanos, um dos maiores prejudicados.

Para cada tonelada de plástico PET reciclado através das enzimas devoradoras o tempo de degradação será de mais ou menos 10 horas! Antes, levava décadas.

O novo método estará disponível em escala industrial em 3 anos e vai “reinventar” o ciclo de vida do plástico que, após descartado, impacta negativamento no meio ambiente!

A quebra de moléculas do plástico em partes menores, possibilita sua decomposição em questão de horas e não mais em décadas! 

O químico Oliver Jones, represente da equipe de cientistas da Carbios, deixou claro que “ainda há um caminho até que sejamos capazes de reciclar grandes quantidades de plástico com enzimas (…) mas [a descoberta] é certamente um passo na direção certa”. Ele ressalta ainda que é necessário avaliar se o processo de reciclagem não acabaria, ele próprio, por gerar problemas ambientais (como um aumento na emissão de gases estufa) e sugere também que “reduzir a quantidade de plástico produzida em primeiro lugar pode, talvez, ser preferível”.  

A enzima, como mencionado, por enquanto, só consegue devorar plásticos do tipo PET. Breve, essa "fome" vai passar para plásticos de polietileno, presentes nos frascos de shampoo, nas sacolas plásticas e nos sacos feitos para conservar alimentos. 

Por enquanto, a bactéria faminta só gosta de comer PET 

Segundo a  Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), a taxa de reciclagem de garrafas plásticas ainda não passou dos 30%.

Essa quantidade corresponde a ⅓ das mercadorias que chegam às instalações de reciclagem, considerada imperfeita porque a degradação do plástico reciclado é tão lenta quanto do original.

Na vibe das camisetas fabricadas com PET reciclado, a Greenco breve vai empregar a reciclagem enzimática. Confira aqui.