Quatro benefícios cientificamente comprovados que a música proporciona na recuperação das funções cognitivas em idosos

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Atualmente, existem mais idosos do que em outras épocas. Novas descobertas científicas, médicas e nutricionais protelaram o envelhecimento físico, melhorando a saúde de todos. A ciência confirmou que a música não é só sedativo para as emoções, mas poderoso remédio que restabelece as funções cognitivas de idosos. Leia mais.

Graças à influência benéfica da música, é possível prevenir ou reabilitar deficiências cognitivas, naturais do envelhecimento normal ou patológico. 

Nesse contexto, a música demonstra ser um poderoso estímulo que modula as ativações cerebrais em amplo espectro. Pesquisas confirmaram que a música é uma ferramenta que, por melhorar a cognição de idosos, lhes permite restabelecer o bem-estar emocional e sua reintegração social.

Jonathan Swift notável escritor britânico do século 18, famoso pela sua brilhantíssima obra, “As Viagens de Gulliver”, dentre outros magníficos trabalhos, escreveu em “Thoughts on Various Subjects” (Pensamentos sobre vários assuntos) que, "Todo homem deseja viver muito tempo, mas nenhum homem que ser velho". 

E é justamente isso que pega para a maioria que deseja viver muito. O tempo é implacável para todos, sem distinção. Porém, seus efeitos podem ser diferentes dependendo do estado de espírito de cada um.

Desse modo, aquele que não quer sentir muitos os efeitos do envelhecimento, basta "tomar providências" e torná-lo mais prazeroso e bem curtido.

Existe uma forma de reduzir os impactos da velhice: ouvir música!

 O ato de envelhecer, carrega consigo vários efeitos colaterais que são considerados normais mas que podem ser amenizados e até resolvidos por causa da música.

Além da decadência física, outro problema preocupante é o aumento das doenças neurológicas que afetam a cognição, dentre outros efeitos, como demência, arterosclerose, Parkinson ou Alzheimer, dentre outras.

Esse é o momento ideal para aplicar a música no cotidiano do idoso, porque é o som que magnetiza e cura!

Estudos sobre os efeitos da música principalmente em idosos, revelaram que os músicos têm "cérebros com aparência mais jovem". A partir desse dado, os pesquisadores fizeram exames de ressonância magnética em músicos profissionais, amadores e não-músicos a fim de comparar o processo de envelhecimento de seus cérebros.

O dado que fornece informações referentes ao processo de envelhecimento no cérebro é conhecido como “BrainAGE” (do inglês, “Brain Age Gap Estimation”), ou seja, a diferença entre a idade estimada e a cronológica do cérebro. "O objetivo é detectar se o cérebro é acelerado ou retardado de acordo com as funções externas dos analisados", revelou o pesquisador Christian Gaser, também professor no Hospital Universitário Jena.

Em geral, a música que age também durante a atividade física, é capaz de acelerar a plasticidade neural, capacidade única do cérebro humano de modificar sua estrutura e funções de acordo com as mudanças que ocorrem no interior do corpo e outros fatores como as influências externas. 

A plasticidade cerebral motivada pela música é mais evidente nos idosos

A modulação neural provocada pela música retarda os déficits cognitivos, mais evidentes durante o envelhecimento.

A música tem o poder de atenuar as dificuldades de interação social do idoso, além dos problemas emocionais decorrentes, por exemplo, da aposentadoria ou luto.  

Em outras palavras, a música pode regular o humor, aumentando a produção de endorfinas no cérebro, substâncias responsáveis pelas sensações de felicidade e prazer. Essas sensações positivas estão associadas com as respostas fisiológicas e refletem na plasticidade da pele, no ritmo cardíaco e hormonal. 

4 benefícios cientificamente comprovados dos poderes da música em pessoas mais velhas ou com doenças neurológicas: 

1 - Melhora substancial da memória

Um estudo publicado no Oxford University Journal Cerebral Cortex, revelou que a memória de idosos pode ser revitalizada ao ouvir música que reorganiza as lembranças que se perderam no esquecimento. Outro efeito é a melhora da memória do dia-a-dia. A música também tem a capacidade de revitalizar a memória de pessoas acometidas pelo Mal de Alzheimer.

Ao cantar ou tocar algum instrumento musical, o paciente reativa sua memória por causa da velocidade do processamento da informação evocado pela música. A bailarina profissional Marta Gonzalez, por exemplo, sofria do Mal de Alzheimer e estava internada numa casa de repouso na Espanha. Ao ouvir a música “O Lago dos Cisnes”, de Tchaikovsky, relembrou a coreografia dos tempos que dançava. A cena foi imortalizada num vídeo emocionante. Outro exemplo incrível, foi demonstrado pela dupla Tony Bennett e Lady Gaga. Mesmo sofrendo de Alzheimer, Tony conseguiu relembrar, na íntegra, as canções de sua carreira que fizeram sucesso.

2 - Melhora do estado pós-traumático

A música atenua os efeitos depressivos dos pacientes que tiveram AVC ou algum outro trauma (PTSD , do inglês, "Post-Traumatic Stress Disorder"). No caso dos idosos, diminui o estado de estresse provocado por remédios ou alguma doença grave.

3 - Reduz a pressão arterial 

A música mais relaxante, como a clássica, melhora a saúde do coração, fortalecendo o sistema imunológico, reduzindo os riscos de doenças infecto-contagiosas, como a gripe, por exemplo.

4 - Reduz a surdez

A surdez é um dos efeitos mais comuns decorrentes do envelhecimento. Segundo o professor Don Caspary, da Escola de Medicina da Universidade Southern Illinois, um dos integrantes de um estudo sobre a perda de audição por causa da idade avançada, a música pode retardar esse processo se o paciente for seu ouvinte assíduo. “No estado de relaxamento provocado pela música, o cérebro libera substâncias que ajudam a recuperar o sistema auditivo. Essa constância musical compensa, ainda, dificuldades da audição em ambientes com ruídos.".

A musicoterapia trabalha com focos específicos 

Casa de Rep.-BrilhoDoSol

Musicoterapia é a área que explora melhor os benefícios gerados pela música de uma forma mais genérica, agindo de acordo com as necessidades terapêuticas do paciente.

A musicoterapia trabalha diretamente com elementos musicais, como som, ritmo, melodia e harmonia, atingindo as necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas das pessoas.

“Nos idosos, a musicoterapia foca mais nos estímulos referentes à área emocional, visando facilitar sua reintegração social por fortalecer seu lado lírico e criativo.”

O tratamento musicoterapêutico age em múltiplos circuitos neocorticais, estimulando ambos os hemisférios cerebrais, principalmente nas regiões que compõem o sistema límbico.  

Outros gêneros musicais estão sendo descobertos!

Novas modalidades musicais vão surgindo na medida que a tecnologia avança, como a música quântica que, segundo as pesquisas, promove mudanças no nível molecular, alterando a programação das células de acordo com as necessidades. Por sua vez, ainda mais lírica, a música ecológica facilita a conexão do ser humano com a natureza a partir de acordes suaves e transcendentes.

Não importa que tipo de música você curte, seja clássica, rock, jazz, blues, MPB, sertanejo, samba ou qualquer outro estilo. O que importa é que só a música pode sintonizar e alinhar suas frequências com o bem-estar. Isto sím é um legítimo “elixir da juventude”!