22 de setembro é dia Mundial Sem Carro

No dia 22 de setembro, o mundo comemora o Car Free Day, ou “Dia Sem Carro”. Tempo de refletir sobre os males que o carro provoca no meio ambiente e em todos. 

Estima-se que por volta de 1,4 bilhões de carros percorrem as estradas do mundo inteiro. Os Estados Unidos já foram os líderes no ranking de maior número de carros, posto perdido para a China. E o carro convencional continua poluindo, mutilando e matando. 

A partir do século passado, as grandes metrópoles do planeta foram adaptadas para atender, principalmente, ao transporte automóvel.

A facilidade para adquirir um carro seduz porque as montadoras, incentivadas pelos governos, facilitam ao máximo para que o consumidor tenha seu carro próprio.

E o resultado é óbvio: muito carro, para pouca infraestrutura.

Poucas cidades do mundo possuem um planejamento de trânsito bem elaborado ou infraestrutura que evite os grandes engarrafamentos que continuam existindo. 

O problema se agravou a partir da desativação das ferrovias que, em grande parte - principalmente no Brasil - ficou para o transporte de carga. Sem contar com as poucas hidrovias existentes, independentemente da quantidade de rios existentes na maioria dos países com dimensões continentais.

Por isso mesmo, o transporte rodoviário ganhou força e mesmo com baixa infraestrutura, continua aumentando. No Brasil, o absurdo chega a tal ponto que estradas improvisadas invadiram até o coração da floresta amazônica, levando junto o desmatamento e a poluição. 

Em síntese, o carro movido à combustível fóssil não é mais o melhor meio de locomoção, sobretudo, por causa de 3 motivos cruciais:

1- Custos de manutenção e impostos

Geralmente, quando alguém decide comprar um carro, calcula somente os custos de combustível, esquecendo-se de outros dados relevantes. Além dos gastos de oficina e os impostos, existem despesas adicionais como estacionamento, lavagem, pedágio e eventuais multas tomadas. Com o tempo, a depreciação do veículo é inevitável. De acordo com a organização finlandesa, MaaS Global, cerca de 85% do custo com o veículo está relacionado à sua posse, e não à sua utilização.

2- Acidentes que matam e mutilam

Ninguém pode negar que ter carro não deixa de ser um risco à saúde física (e à saúde mental também por causa do estresse que o trânsito causa). A taxa de mortes ou mutilações por acidentes continua crescendo. Mais da metade de todas as mortes no trânsito com carro, vitima pedestres, ciclistas e motociclistas.

3- O meio ambiente e população sofrem

O impacto negativo do meio ambiente por causa da emissão de CO2 dos carros convencionais aumenta o agravamento do efeito estufa e do aquecimento da temperatura terrestre. Esse desequilíbrio ambiental ainda pode resultar na escassez ou excesso de chuvas em algumas regiões, provocando secas ou enchentes, acelerando o derretimento das calotas polares.  

O carro sustentável é a melhor alternativa!

O transporte sustentável, representado tanto pelo carro elétrico como pelo carro solar tem aumentado bastante porque evitam as emissões de gases tóxicos, além de outros benefícios. Apesar do custo ainda alto, o carro sustentável será a grande novidade de um futuro próximo.

 

A bicicleta é a alternativa de todos os tempos!

Por causa do baixo custo de manutenção, a bicicleta continua sendo o grande lance para pessoas de qualquer idade, pois, além de não poluir, é ótima para a saúde física e mental. E para melhorar, surge a bicicleta sustentável, uma forma de unir o útil ao agradável.

A Presidente dos Ciclistas do Brasil, Ana Carboni, defende que “é preciso repensar as cidades considerando novos modelos de mobilidade. A dificuldade posta nas distâncias de grandes centros urbanos está diretamente relacionada às desigualdades e como elas se colocam nos territórios. A condução com duas rodas pode ser uma alternativa real, não somente sozinhas, como em combinação com outros modais, como metrô. Contudo, o Brasil continua priorizando os veículos individuais motorizados, pois 80% da infraestrutura viária nas cidades, é dedicada ao carro e à moto, que transporta menos de 30% da população. Existe um desequilíbrio muito grande. A maioria das pessoas se locomove a pé, de bicicleta ou de transporte público”.

Por causa dessas alternativas de condução, o apoio ao “Dia Sem Carro” vem ganhando adeptos no mundo todo!

Na Europa, o Car Free Day faz parte da “Semana Européia da Mobilidade” (European Mobility Week), de 16 a 22 de setembro. O site da EMW afirma: "Os cidadãos europeus terão a oportunidade de desfrutar de uma semana completa de eventos dedicados à mobilidade sustentável". 

Um pouco de história do Dia Mundial Sem Carro 

A data foi criada na França, em 1997 e recebeu apoio de outros países europeus a partir do ano 2000. Na verdade, desde os anos 50, vários grupos já protestam contra o uso de carros, considerados como intrusos em suas cidades. De 1956 a 1957, a Holanda e a Bélgica tinham seus “domingos sem carros”.  

Em 1997, a Associação Britânica de Transporte Ambiental adotou oficialmente três dias anuais sem carros. Espanha, Itália e França seguiram o exemplo com projetos similares.

Em Budapeste, existem corridas para veículos movidos a energia alternativa. Outras cidades promovem a ideia de que pedalar e caminhar é mais seguro do que dirigir um carro. 

Na América do Sul a primeira vez que foi instituído o Dia Sem Carro, foi em 22 de setembro de 2000, primeiro através do pioneiro, “Programas Sem Carro”, realizado em Bogotá. 

Desde então, o evento passou a ser anual, acontecendo e 46 países e 2.000 cidades em todo o mundo. 

No Brasil

Aqui, a data foi comemorada pela primeira vez em 2001, nas cidades de Porto Alegre, Caxias do Sul e Pelotas (RS); Piracicaba (SP); Vitória (ES); Belém (PA); Cuiabá (MT), Goiânia (GO); Belo Horizonte (MG); Joinville (SC); São Luís (MA), onde os participantes organizaram "bicicletadas" para celebrar o dia e conscientizar a população.

O movimento "Nossa São Paulo", patrocina várias atividades e eventos desde 2003, com a sua “Pedalada-Manifesto”.  

Desse modo, junte-se ao time e dê chance ao mundo para que os carros convencionais passem a ser secundários para o ir e vir! Bem-vindo ao futuro!