Saiba porque as regiões mais profundas dos oceanos devem ser preservadas
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Se a vida inteligente fora da Terra ainda está longe de ser descoberta com total certeza, o mesmo acontece com relação às regiões mais profundas dos oceanos ainda inexploradas. Elas precisam ser mapeadas para que possam ser melhor vigiadas e preservadas. Leia mais.
O ser humano ainda não conhece profundidade oceânica além de cinco quilômetros.
De acordo com o site Oceana, mais de 80% do oceano ainda permanece inexplorado. Um dos obstáculos é a capacidade limitada de detecção dos radares. As regiões inacessíveis dos oceanos são conhecidas como “zona hadal” ou fossas abissais, tendo mais de 6 quilômetros de profundidade. A profundidade média de um oceano é de aproximadamente, 3,7 quilômetros (12.100 pés).
Encontra-se no Pacífico, o lugar mais profundo da Terra: Challenger Deep, situado no extremo sul da Fossa Mariana, com 10.935 metros (35.876 pés) de profundidade.
Muitos cientistas não acreditam que exista chance de haver vida nas regiões abissais onde a luz não chega
Para grande parte de oceanógrafos e outros pesquisadores, por causa da falta de luz no mar profundo, não ocorre a fotossíntese (quando plantas, algas e algumas bactérias marinhas, convertem a energia do Sol em açúcar que as alimenta), o que dificulta a existência de vida nas regiões abissais marítimas.
Ainda assim, há chance de vida em profundidades além de 5 mil metros
Existe outra ala de cientistas que acredita haver chance de vida em regiões onde o Sol não alcança. É o caso dos organismos abissais que absorvem matéria orgânica morta, como carcaças de animais, fezes e outros detritos orgânicos que chegam até esses locais profundos.
A primeira exploração nas regiões abissais do mar
Por causa do "Veículo Submarino Operado Remotamente", conhecido como ROV, regiões inexploradas dos oceanos estão sendo descobertas
A agência espacial norte-americana, NASA, em parceria com a Woods Hole Oceanographic Institution deu início, recentemente, a uma expedição inédita visando explorar as regiões marítimas que o ser humano ainda não atingiu. O ROV opera nos mesmos moldes da exploração espacial.
Segundo um dos participantes da equipe, o oceanógrafo da NASA, Dr. Gene Feldman, "os obstáculos existentes para a exploração em locais abissais são bem semelhantes aos encontrados no ambiente espacial, ou seja, visibilidade zero, temperaturas extremamente baixas e uma enorme pressão.".
Além do objetivo de encontrar novas formas de vida, de fauna e flora, outro foco da exploração em regiões abissais marítimas, é a manutenção de sua sustentabilidade, dado que a poluição também atinge essas regiões em função da irresponsabilidade humana que ainda impera também nesses locais.
As expedições nas profundezas submarinas serão fundamentais para evitar ou reduzir o excesso de sujeira (detritos diversos, resíduos químicos e plástico) que "navega" na superfície do mar, ou submerge para locais de onde dificilmente podem ser coletados.
Um vórtice de sujeira em pleno oceano!
Uma das piores consequências dessa "irresponsabilidade humana", se situa no Oceano Pacífico, onde um vórtice conhecido como Great Pacific Garbage Patch, com extensão de 1,6 milhões de km2, acumula mais de 80.000 toneladas de plástico e outros resíduos que ajudam a destruir o bioma marinho local.
Apesar dos pesares, os oceanos são mais resilientes do que se imagina!
É o que mostra o estudo desenvolvido pela Nature, "Rebuilding Marine Life", que consguiu demonstrar o quanto os oceanos são resilientes com relação às suas perdas, bem como seu alto poder de recuperação.
Havendo colaboração de cientistas, ambientalistas e voluntários, os oceanos da Terra voltarão a ficar limpos até 2050. Todos ganharão e não só a natureza, mas as comunidades litorâneas que retiram seu sustento dos mares. A economia gerada é avaliada em torno de 2,5 trilhões de dólares por ano, tornando o oceano a sétima maior economia do mundo.
Em outras palavras, os oceanos sustentam a subsistência de centenas de milhões de pessoas, cria empregos e serve como base para a indústria da pesca, turismo e navegação.
O fundo dos oceanos desempenha papel fundamental na movimentação do calor ao redor do planeta.
A topografia acidentada do solo marítimo nas regiões mais profundas, influencia o comportamento das correntes oceânicas e da mistura vertical da água. Por isso, mapear essas regiões, é vital para evitar os impactos das mudanças drásticas do clima.
Um dos modelos adotados pelos cientistas é o sequenciamento do DNA de sedimentos que se encontram nas fossas marítimas. Um dos propósitos é detectar o nível de inteligência - ou sensciência - dos organismos locais.
Ainda é desconhecida a biodiversidade das profundezas inexploradas dos oceanos da Terra.
Esse meio ambiente, certamente, é complexo e resiliente, pois sabe-se que ali existem microhabitats, como recifes de corais profundos e vulcões submarinos para que muitas espécies se adaptem e sobrevivam.
Por conseguinte, trata-se de uma biodiversidade uniforme onde todas as espécies tendem a ter seu próprio microhabitat. A possibilidade é que existam inúmeras espécies desconhecidas.
E se as espécies desconhecidas que vivem no mar profundo forem hostis?
Esse mistério, certamente, ainda está para ser descoberto. Muitas lendas e folclores são comuns quando se trata dos possíveis seres que possam viver nas regiões marítimas onde o ser humano ainda não conhece.
Claro que, por enquanto, tudo ainda é especulação, ainda que existam provas científicas que os fungos e outras plantas são seres sencientes.