O turismo espacial pode ser prejudicial para o meio ambiente da Terra? Ou não?
O turismo espacial começou. Empresas como a Space X, Blue Origin e Virgin Galactic inauguraram essa nova era. Porém, especula-se sobre os impactos negativos que as emissões dos foguetes causam no meio ambiente. Não seria mais prudente cuidar do planeta primeiro antes de iniciar esse novo ciclo das viagens espaciais?
![](https://cdn.shopify.com/s/files/1/0073/8269/6034/files/Space-Perspective_Journey-1080x648.png?v=1635270510)
Quando os foguetes são lançados ao espaço, demanda-se grande quantidade de propulsão para sair da atmosfera da Terra.
O foguete Falcon 9 da SpaceX, por exemplo, quando lançado libera na atmosfera alta carga de dióxido de carbono e cloro, além de outras substâncias tóxicas.
Em outras palavras, quando estão mais próximos do solo, mais os foguetes emitem uma onda de calor tão intensa que ajuda a lançar ozônio na troposfera, o que faz elevar o "Efeito Estufa".
![](https://cdn.shopify.com/s/files/1/0073/8269/6034/files/16086542115fe21d83bcb38_1608654211_5x2_lg.jpg?v=1635270624)
Está claro que o lançamento de um foguete provoca mais estragos no meio ambiente do que se imaginava!
Um estudo recente, concluiu que a fuligem liberada por 1.000 vôos de turismo espacial poderia aquecer a Antártica e acelerar o degelo.
Para Jessica Dallas, Assessora Sênior de Políticas Ambientais da Agência Espacial da Nova Zelândia, "a série de impactos ambientais resultantes do lançamento de veículos espaciais contribui para o esgotamento do ozônio estratosférico e é um efeito que pode acontecer em curto prazo.".
A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos, após avaliar o impacto gerado pelo lançamento e reentrada do foguete Virgin Galactic, concluiu que esse ciclo lançamento-terra emite cerca de 30 toneladas de dióxido de carbono, equivalente a 5 toneladas por passageiro. Essa quantidade é igual a cinco vezes a pegada de carbono de um vôo de Cingapura-Londres!
Para Paul Peeters, professor da "Sustainable Transport and Tourism at Breda University of Applied Sciences, Holanda: "Vamos ter muito trabalho para avaliar - e atenuar - esses riscos causados pelo turismo espacial. Na verdade, existem razões para que essa atividade não tenha continuidade no presente momento."
![](https://cdn.shopify.com/s/files/1/0073/8269/6034/files/viajar-pela-america-do-sul-740x360.jpg?v=1635270665)
O alto custo do turismo espacial
E para aumentar a preocupação foi calculado que o transporte suborbital de civis ou turismo espacial gera um custo de, aproximadamente, 2,58 bilhões de dólares/ano até 2031.
Segundo os críticos, todo esse montante gasto em tecnologia espacial, poderia ser redirecionado para começar a aliviar os velhos problemas do planeta, como a miséria de vários povos, por exemplo. No entanto, nos vôos da Virgin Galactic algo está sendo feito, uma vez que foram transportadas plantas com o objetivo de verificar como suportam a microgravidade.
Ainda é pouco...
O problema é especificar exatamente os motivos do crescente turismo espacial: alimentar o ego dos bilionários ou, de fato, preparar o terreno para dar início à exploração espacial por motivos científicos?
Compreenda o tamanho da pegada de carbono gerada por um foguete
A queima de combustíveis gerada por um foguete é de cerca de 1.115 toneladas, que corresponde à pegada de carbono anual de mais ou menos 278 pessoas.
Um Boeing 747 queima cerca de 4 litros de combustível por segundo. Um vôo Londres-Nova York, ida e volta, gasta mais ou menos 210 toneladas de carbono. O lançamento de um foguete seria, pois, igual a 5 vôos da Inglaterra para os Estados Unidos.
A sugestão das entidades ambientais e outras de amparo às comunidades carentes é que fosse feito um cálculo em cima do valor bruto gasto no turismo espacial e fosse coletado um percentual para esses fundos.
![](https://cdn.shopify.com/s/files/1/0073/8269/6034/files/industryweek_4348_virgin_galactic_s_tourist_spaceship.jfif.jpg?v=1635270756)
Alternativas para reduzir os impactos ambientais do turismo espacial
Existem estudos científicos patrocinados pela ESA (Agência Espacial Europeia) que sugerem o uso de substâncias químicas verdes no lançamento dos foguetes.
E no final das contas…
O lado positivo do turismo espacial (setor privado) e da exploração espacial (setor público) é o benefício que a tecnologia empregada na projeção e fabricação de foguetes e estações espaciais pode adicionar à fabricação de aviões mais seguros, econômicos e eficientes. Graças as missões Apollo, por exemplo, foram inventados equipamentos como satélites, câmeras e computadores de bordo.
Para Steve Arnold, executivo da Divisão Civil Espacial do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins e um dos parceiros da Blue Origin, “Missões de passeio são excelentes oportunidades para testar o hardware de voo e conduzir experimentos reais no espaço. Essas missões menores fornecem experiências valiosas de treinamento para a próxima geração de cientistas espaciais, engenheiros e gerentes de programa".
Ainda que valha a pena adotar uma atitude mais positiva com relação ao turismo espacial, ainda é cedo para avaliar se, de fato, este é o momento ideal para intensificar a atividade. Todo cuidado, é pouco.
![](https://cdn.shopify.com/s/files/1/0073/8269/6034/files/banner_home_480x480.png?v=1635190401)