O fogo já foi domado, mas a fumaça ainda não. Veja porquê!
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O fogo foi domado pelo homem. E a fumaça? Ainda pouco conhecida, apesar de seus efeitos nada benéficos para o meio ambiente e à saúde dos seres vivos. Pesquisadores continuam buscando respostas sobre a fumaça. Leia mais.
O que é a fumaça, afinal?
A fumaça é um conjunto de partículas sólidas e gasosas emitidas após a combustão de um material ou após um evento natural, como nos vulcões ou queimadas florestais autoprovocadas (ou não).
A fumaça é composta de:
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carbono
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hidrogênio
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oxigênio
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nitrogênio
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enxofre
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outras substâncias químicas (dependendo do material que está sendo queimado).
Os efeitos da fumaça na saúde humana e no meio ambiente
Na saúde humana, a fumaça poderá ter efeitos devastadores se a sua exposição for prolongada. Além dos problemas respiratórios decorrentes da aspiração, será maior o risco de contrair doenças cardíacas e câncer de pulmão. Os sintomas mais imediatos são a ardência nos olhos e uma forte coriza. Os efeitos da fumaça são, portanto, de curto, médio e longo prazo.
Dependendo da direção do vento, a fumaça afeta a qualidade do ar nas áreas próximas do incêndio, sejam urbanas ou rurais.
Incêndio na floresta
A fumaça carrega elevada quantidade de monóxido de carbono e produtos químicos voláteis que foram queimados, como o plástico (apesar de estar com os dias contados), segundo Wayne Cascio, cardiologista e diretor do Center for Public Health and Environmental Assessment.
Na medida em que as árvores, os arbustos, a grama e outras vegetações são engolidos pelos incêndios, grandes quantidades de fumaça, fuligem e outros poluentes são liberados no ar. Em incêndios de maior proporção, a fumaça pode subir muitos quilômetros até a estratosfera e se espalhar por regiões inteiras, causando poluição do ar em áreas distantes de onde as chamas realmente estavam.
Pássaros e plantas também sofrem as consequências da fumaça
Os pássaros quando expostos à fumaça podem ter sua atividade afetada, como seu canto, por exemplo. No caso das plantas, a fotossíntese poderá ser afetada por causa da escuridão prolongada provocada pela fumaça.
Os incêndios florestais, portanto, são responsáveis pela destruição de habitats naturais e pela alteração do ecossistema local. Na verdade, pouco se sabe qual é o real tamanho do estrago provocado pela exposição à fumaça durante e após os incêndios. O veredito continua em aberto.
O fogo já foi domado. A fumaça ainda não.
"Estamos tentando entender o tempo de vida da fumaça na atmosfera e como ela evolui quimicamente", disse um pesquisador sobre os efeitos da fumaça.
"Caracterizar os impactos que a fumaça terá no meio ambiente, ainda é um desafio. O que se supõe é que, com o tempo, a fumaça fica mais tóxica e seu efeito apressa as mudanças climáticas locais e mais distantes. Resta saber se os resíduos da fumaça poderão ser convertidos em nutrientes para o solo. Muitos questionamentos e poucas respostas.", completou.
A fumaça fica mais tóxica depois de algum tempo suspensa no ar.
Quanto maior o tempo de fumaça no ar, mais perigosa vai ficando a situação de quem a aspira. Após um dia em suspensão, a fumaça fica quatro vezes mais tóxica.
A reação se resume numa espécie de conversão dos compostos das partículas de fumaça para compostos altamente reativos. Quando inalados, esses compostos reativos, conhecidos como radicais livres, podem danificar as células e os tecidos do corpo.
O problema acontece mesmo que você esteja longe de um incêndio, caso a fumaça estiver sendo soprada em sua direção. A inalação da fumaça aumentará a propensão para a ocorrência de infecções, alergias e o risco de ter câncer, porque as partículas de fumaça podem conter hidrocarbonetos poliaromáticos que, ao oxidar se tornam carcinógenos.
Cientistas e pesquisadores ainda têm muito o que aprender sobre a fumaça!
Cientistas e pesquisadores ainda não conseguiram precisar exatamente a fonte de uma fumaça. Isto é, se ela é originária de fontes naturais ou não, quais sejam:
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da poeira soprada no ar
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do sal levantado dos oceanos pelo vento
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dos vulcões
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de incêndios urbanos ou rurais
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de veículos, aviões ou navios
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da indústria
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de outras atividades humanas.
“Melhorar a precisão de como essas partículas são medidas e identificadas poderia não apenas ajudar as autoridades a monitorar melhor a poluição do ar, mas também potencialmente ajudar a identificar fontes individuais críticas de partículas e propor contramedidas apropriadas para melhorar a qualidade do ar." declara Dr. Burkhard Beckhoff, pesquisador do Physikalisch-Technische Bundesanstalt, da Alemanha, em Berlim.
Por essas e outras, um trio de pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido quer abolir toda a literatura científica existente sobre a fumaça e recomeçar a pesquisa. "Foi apenas na última década que algumas técnicas experimentais e computacionais na ciência da combustão foram capazes de espiar por trás da porta para revelar insights sobre os primeiros mecanismos de formação de partículas carbonadas nas chamas," escreveram eles.