Rochagem: salvação da lavoura e do meio ambiente!
Rochagem é também conhecido por outros nomes, como biomineralização, agromineração, petrofertilização ou remineralização.
A aplicação de rochagem na agricultura, principalmente do Brasil, tem origem antiga, provavelmente a partir de 1925, quando começaram a utilizar o calcário para enriquecer o solo, pois os fertilizantes químicos eram raros na época.
Nos países tropicais, especialmente aqueles em desenvolvimento, os recordes de safras foram acompanhados de êxodo rural, devastação e erosão dos solos.
A rochagem se trata, do rejuvenescimento e conservação de solos por meio da adição de "pó de rochas" ricas em fósforo, cálcio, magnésio, potássio e outros micronutrientes.
As pesquisas para comprovar a importância da rochagem na agricultura apresentou vantagens econômicas substanciais, bem como ambientais e produtivas, sobretudo nas culturas de milho, arroz, mandioca, cana-de-açúcar, e hortifrutigranjeiros em comparação à adubação convencional.
Em outras palavras, rochagem é a fertilização da terra pela própria terra, através de processos naturais e mantendo os níveis de produção com sustentabilidade e preservação dos solos.
No processo de rochagem, a alteração do solo é feita em dois niveis:
- Intemperismo químico: o processo ajuda a quebrar a estrutura química dos minerais que compõe a rocha ou sedimento (material de origem). As rochas, então, sofrem uma espécie de decomposição.
- Intemperismo físico: trata-se da desagregação ou desintegração da rocha ou sedimento, sem que ocorra qualquer alteração química dos minerais constituintes.
Em outras palavras, a rochagem é a prática de recuperar a fertilidade de solos pobres, através do uso de misturas de rochas, ou pó de rocha, complementando o uso de fertilizantes químicos, baixando o custo e o impacto ambiental.
O processo nada mais é do que a moagem das rochas, com separação seletiva dos minerais e sua secagem a fim de obter o produto final, ou seja, o pó extraído da rocha moída.
A rochagem melhora a qualidade física, química e biológica do solo, reduzindo a quantidade de fertilizantes utilizados.
Por ser um país continental, o Brasil é uma das maiores potências agrícolas do planeta e poderia ser ainda maior se seus solos não fossem tão pobres em se tratando do fósforo e do potássio. Para suprir essa carência, é necessária a correção desses solos que são feitas nos moldes convencionais de agricultura.
A rochagem faz parte vai ao encontro dos princípios da agroecologia e, além de reduzir gastos de produção, evita o uso intensivo de insumos industrializados que compromete cursos d'água, solos e atmosfera, provocando um grande impacto ambiental.
O dióxido de carbono no ar se dissolve nas gotas de chuva, ele reage com as rochas quando cai, e os compostos restantes são levados para os oceanos. Esses compostos são usados para construir conchas e corais. Lentamente e de modo inevitável, isso atrai o CO2 presente no ar e o retém por centenas de milhares de anos.
A grande vantagem do Brasil é ter essa matéria-prima em abundância, ou seja, existem rochas com propriedades fertilizantes quase todas as regiões do país!
Como a quantidade de pó de rocha usada nas lavouras é bem maior que a quantidade de fertilizantes químicos, para compensar financeiramente, a distância do polo de distribuição até a fazenda tem que ser levado em consideração a fim de diminuir custos do frete e o custo da mina.
Outra vantagem é que o pó da rocha permanece na terra e não é levado junto com a água de chuva, como os fertilizantes químicos.
Antes que fique declarada uma guerra - ainda inexistente - entre os remineralizadores e os fertilizantes tradicionais, é preciso esclarecer que a rochagem é vista pelos pesquisadores como um processo complementar e não de substituição!
A rochagem deve ser mais divulgada também em locais remotos, onde o acesso à Internet é mais difícil. Essa "arte" de tornar os minerais ricos em nutrientes, em alimento das plantas, apesar de antiga, é a grande sacada para o agronegócio sem agredir o meio ambiente!