Pesca sustentável de frutos do mar minimiza os impactos no bioma marinho

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Os frutos do mar fazem parte da mais extensa lista de alimentos de uma só fonte do planeta Terra. São responsáveis pela nutrição de mais de 3 bilhões de pessoas. Incentivar a pesca sustentável é a melhor solução para salvar o bioma marinho. Leia mais. 

A pesca sustentável respeita os ecossistemas marinhos e se adapta à taxa de reprodução dos peixes para manter o equilíbrio e garantir a sobrevivência de todas as espécies.  

A pesca sustentável utiliza somente métodos seletivos, rejeitando a captura indiscriminada de alevinos e espécies ameaçadas de extinção ou sem valor comercial. Para que tenha resultados positivos, uma fiscalização internacional sem bandeira é imperativo. Controle e monitoramento eficientes impedem o comércio e a pesca ilegais, maiores responsáveis pelo desequilíbrio do ecossistema marinho.

Pesca excessiva

Quando existe demanda em excesso, isto é, pesca excedendo o limite ou não respeitando o período de desova dos peixes, determinadas espécies sofrem as consequências. Os estoques de peixe-espada e atum, por exemplo, estão perto do esgotamento, atingindo alarmantes 90%. A tendência é que essa condição atinja outras espécies em pouco tempo, caso não sejam tomadas medidas extremas para evitar o pior.

Pesca ilegal 

Além da poluição dos mares, a pesca ilegal também contribui para aumentar os impactos negativos no bioma marinho. Ou seja, a pesca não regulamentada coloca em risco as comunidades que vivem desse meio, porque terão concorrência de quem não paga os impostos e tributos legais. 

Espécies marinhas mais visadas

Dos animais aquáticos capturados, 40% são vindos da pesca ilegal ou mortos acidentalmente em redes de pesca:

  • Tartarugas

  • Golfinhos

  • Baleias

  • Lagostas

  • Tubarões

  • Raias 

Aquiculturas

As aquiculturas ou fazendas aquáticas, são ambientes que imitam o ecossistema marítimo onde se controla a reprodução e o crescimento de diversos organismos aquáticos, como plantas, peixes, moluscos, crustáceos, anfíbios e répteis. O monitoramento segue padrões rigorosos que seguem os requisitos da sustentabilidade. 

Entraves ainda presentes nas aquiculturas

Caso a aquicultura não adote métodos que são exigidos para manter a sustentabilidade do ambiente, vários revezes podem ocorrer, com consequências previsíveis, tais como:

  • Vazamento de substâncias nocivas: pode atingir rios ou lagos mais próximos e, por via de regra, causar doenças. 

  • Fuga de peixes de viveiro: pode afetar o ecossistema local se escaparem peixes ou crustáceos como o salmão ou camarão que após a invasão, passam a competir com outras espécies locais por território, causando desequilíbrios perigosos.

  • Emissão de gases de efeito estufa: liberação excessiva proveniente de barcos de pescas e de outros transportes de cargas de peixes.

Pesca de grande porte versus pesca de pequeno porte

Se desprezar a fiscalização, a indústria de frutos do mar - que controla a pesca de grande porte - pode se tornar uma das responsáveis pelo desquilíbrio do bioma marinho, por causa dos abusos. 

Por outro lado, grande parte das comunidades litorâneas, vive da pesca de pequeno porte que adota métodos mais tradicionais de captura, gerando menor impacto no meio ambiente. Em outras palavras, a pesca de pequeno porte utiliza práticas que não afetam os ecossistemas marinhos, pois em vez de lançar redes de arrasto, os pescadores usam anzóis e linha ou colocam armadilhas para sua pesca, deixando a megafauna marítima, ameaçada pelos grandes pesqueiros, em paz no fundo do oceano. 

Contaminação por mercúrio

Ao contrário dos peixes maiores, os pequenos frutos do mar não sofrem com a bioacumulação de mercúrio, uma neurotoxina comumente encontrada em níveis elevados nos peixes maiores.

Como os seres humanos queimam carvão, aumenta a quantidade de mercúrio no ar. Eventualmente, esse metal pesado chega aos rios, lagos e oceanos onde são ingeridos pelos frutos do mar. Mas, quando peixes maiores como o peixe-espada e o atum, por exemplo, ingerem peixes menores, a quantidade de mercúrio duplica em seus estômagos, criando um círculo vicioso. Geralmente, os mais contaminados são as sardinhas e as lulas.

A alternativa que pode reduzir o risco de uma exposição muito alta ao mercúrio seria optar por animais marinhos como vieiras, mexilhões e ostras que se alimentam apenas de plâncton.

Tecnologia aliada à pesca sustentável

Com o suporte da tecnologia, grandes impactos que afetam a sustentabilidade podem ser minimizados ou até eliminados.

Benefícios da tecnologia para a pesca sustentável:

  • Monitoramento eletrônico: melhor controle dos excessos e outras irregularidas, via satélite

  • Barcos tecnológicos: embarcações equipadas com aplicativos que disponibilizam dados estratégicos para que cientistas e os órgãos governamentais determinem as condições ideais para a prática da pesca ou caça submarina.

  • Inteligência Artificial: facilitar no rastreamento das espécies marinhas mais exploradas ou em risco de extinção, estabelecendo limites tanto para as pescas de pequeno porte, como de grande porte. além de auxiliar nas aquiculturas em variadas situações.

Conclusão

O objetivo da pesca sustentável é, além de  estabelecer normas para o controle da pesca, preservar o bioma marinho dos predadores habituais. Outra função da "pesca com responsabilidade" é estabilizar a demanda global de frutos do mar, evitando que o consumo excessivo altere a sustentabilidade dos recursos naturais, principalmente daqueles de difícil reposição. A natureza agradece.