Em defesa das livrarias e bibliotecas! O conhecimento pede passagem!
A leitura se tornou um hábito raro. A pandemia se encerregou de esvaziar totalmente as livrarias e bibliotecas. Ler um livro significa conhecer outros mundos, outras culturas, outros comportamentos e a si mesmo. O ponto de apoio do livro precisa ser revigorado para que não se distancie mais de quem quer aprender!
Frequentar uma livraria ou uma biblioteca renova o conhecimento, impulsiona a inteligência e revigora a sabedoria!
Esses lugares, onde os livros podem ser folheados, estudados e adquiridos por quem deseja aprender, se tornaram fundamentais na formação dos leitores, seja no aspecto intelectual, comportamental ou emocional.
A questão crucial é saber até onde o livro digital prejudicou - ou não - o prazer da leitura física, o respirar daquele clima de livraria ou biblioteca, onde as pessoas são, rigorosamente, iguais na sua ânsia de conhecer.
Outro problema que vem sendo contumaz com relação ao livro é a sua montagem.
O processo é dispendioso e complexo, poque exige a partiticipação de muitos profissionais, como editores, tradutores, revisores, designers e ilustradores, além dos distribuidores e livreiros.
Outro entrave é a condição dos produtores de menor porte que sofrem com os aumentos constantes e a concorrência desleal com os poderosos, donos de multinacionais ligadas a grandes grupos econômicos, que praticam uma espécie de dumping ao baratear o livro digital.
O que é vital para a sobrevivência do livro físico nas livrarias e bibliotecas
Incentivar a volta em massa do livro popular, para que seja possível seu acesso a todas as camadas da população, além da realização de campanhas móveis, com a maior participação do setor público e privado são fundamentais para que livrarias e bibliotecas sejam revitalizadas.
5 atitudes que podem revitalizar o mercado do livro físico nas livrarias e bibliotecas:
- Nova regulamentação do mercado editorial e livreiro - Adoção de medidas que protejam e incentivem a abertura, o fortalecimento e a profissionalização de pequenas editoras, especialmente, as pequenas livrarias.
- Fortalecimento da rede de bibliotecas públicas - Verba suficiente para a manutenção de uma política pública de compra, atualização e manutenção de seus acervos.
- Estabelecimento de preço único do livro - Desconto compatível ao status social da comunidade, em que a livraria estiver localizada, com campanhas e distribuição gratuita de livros.
- Políticas agressivas de marketing - Apoio privado às bibliotecas públicas, oferecendo desconto no Imposto de Renda, a partir de propraganda subsidiada pelo governo local também às livrarias de pequeno e médio porte.
- Adoção de linhas de crédito especiais - Incentivo às pequenas e médias editoras e livrarias com empréstimos a juros baixos, desde que aceitem o acervo de livros como garantia. O crédito deve estar acessível para produção, equipamentos, projetos e capital de giro.
O espaço das livrarias e bibliotecas podem ser reservados a uma agenda cultural diversificada, como música, cinema, dança, arte, cursos, palestras e oficinas.
Não seria pedir demais, se o acesso à Internet fosse restrito, a fim de que o usuário se dedicasse somente às práticas tradicionais da leitura do eterno e imutável livro físico.
O "ler" permite aprimorar o "falar"!
Um dos mais importantes benefícios da leitura, além do conhecimento adquirido, é a possibilidade de desenvolver a própria linguagem, passando a ser menos escravo de modismos que só afetam o lirismo de um idioma.
Uma comunidade sem literatura escrita se exprime com menos precisão, riqueza de nuances e clareza do que outra cujo instrumento principal de comunicação é a palavra cultivada e aperfeiçoada graças aos textos literários.
Em outras palavras, a pessoa que não lê, ou que lê pouco, ou que lê apenas escritos de baixo nível, pode até ser um bom falador, mas, é certo que irá se expressar sempre com as mesmíssimas palavras, fazendo seu interlocutor cair num tédio sem fim.
Essa espécie de "praga linguística", infelizmente, vem se alastrando e as consequências são terríveis, como a indigesta limitação verbal que, claro, acaba por criar uma barreira intelectual que limita a criatividade e os horizontes desse infeliz personagem que, convenhamos, se não foi por preguiça, foi por falta de incentivo.
A leitura frequente de boas obras, proporciona clareza nos pensamentos e eleva a qualidade das ideias!
Para fechar esta leitura com chave de ouro, nada mais edificante do que refletir e admirar a beleza das palavras desse fabuloso escritor peruano:
Para Mário Vargas Llosa, “os conhecimentos que nos transmitem os manuais científicos e os tratados técnicos são fundamentais; mas eles não nos ensinam a dominar as palavras nem a exprimi-las com propriedade. Ao contrário, são mal escritos e revelam certa confusão linguística porque os autores, às vezes eminências indiscutíveis em sua profissão, são literariamente incultos e não sabem se servir da linguagem para comunicar os tesouros conceituais de que são detentores. Falar bem, dispor de uma linguagem rica e variada, encontrar a expressão adequada para cada ideia ou emoção que se queira comunicar, significa estar mais preparado para pensar, ensinar, aprender, dialogar e, também, para fantasiar, sonhar, sentir e emocionar-se.”
Participe das campanhas e movimentos para a revitalização de livrarias e bibliotecas, pois é a partir da leitura que se eleva o nível educacional de um povo e de toda uma geração!
Leve adiante essa ideia, porque ter conhecimento é ter poder!
E quem detém esse poder, tem horizonte e maior chance de sucesso em sua vida pessoal e profissional.