Ecoduto: a ponte verde que salva vidas e embeleza as estradas do mundo

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Os atropelamentos de animais nas rodovias e ferrovias são responsáveis pela sua alta taxa de mortalidade. Sem contar, o risco aos passageiros dos veículos que, igualmente, podem ser vítimas fatais. O ecoduto, ponte verde ou ponte viva, além de ser salva-vidas de animais e pessoas, reduz os impactos ao meio ambiente. 

O ecoduto é uma passarela construída para facilitar a travessia de animais, imitando a vegetação de seu habitat. 

O projeto de um ecoduto

O plano de construção de um ecoduto passa por várias etapas. No projeto deve constar dados do clima local, tipo da flora nativa e outras condições que possam oferecer segurança aos animais.

Os principais materiais necessários para a construção de um ecoduto são:

  • Pedra ou rocha

  • Terra e vegetação rasteira existentes no local

  • Árvores de pequeno ou médio porte (de acordo com a extensão da ponte).

Quando surgiu a ideia do ecoduto

As primeiras pontes verdes, nome anterior à denominação de "ecoduto", surgiram na década de 1950 e, aos poucos, começaram a se espalhar pelo mundo. A extensão de um ecoduto varia de acordo com o porte dos animais que transitam no local. Para sustentar os de grande porte como ursos, a estrutura precisa ser fortalecida. A preferência será a existência de túneis, se for possível.

As pontes vivas serão menores para o trânsito de caranguejos, como este construído na Austrália.

Exemplos de ecodutos eficientes no mundo:

A integração que une a conservação da natureza com a construção de rodovias, algo difícil de se imaginar dada a poluição e outros impactos ambientais que, teoricamente, uma nova estrada gera para a região, é um casamento que salva vidas, como mencionado.

A ideia está "florescendo" (o trocadilho é proposital) mundo afora e os incentivos, felizmente, têm aumentado nesse sentido. Acredite: os habitantes da Terra podem estar evoluindo!

Austrália

A população de coalas no estado de Queensland, estava ameaçada por causa da grande quantidade de mortes por acidente nas últimas décadas. Por causa disso, o governo local construiu seis travessias para os animais serem poupados. Aconteceram, também, reformas de túneis já existentes que atravessavam várias rodovias. 

Estados Unidos

Montana Ecoduct

Na década passada, no oeste americano, aconteceu um grande boom de construções de ecodutos. No Arizona, por exemplo, foram edificados pelo menos 20 corredores verdes, incluindo 17 passarelas. O resultado dessa empreitada, foi a redução de 90% dos acidentes de carro. Um fato inusitado aconteceu na cidade universitária situada em Davis (perto da capital californiana, Sacramento), onde foi construído um mini-ecoduto com 15 centímetros (6 polegadas) de largura. O túnel foi feito para  permitir a passagem de sapos, sob a Pole Line Road, em direção ao pântano do outro lado.

Canadá

Um dos maiores ecodutos do mundo está situado no Parque Nacional Banff, em Alberta. Entre 1996 e 2016, foram feitas 44 estruturas (6 pontes e 38 passagens inferiores) exclusivamente para que os animais selvagens da localidade pudessem atravessar a Rodovia Trans-Canadá, a maior estrada do país e que bifurca o parque. Nesse período, foram registradas mais de 150.000 travessias de veados, alces, ursos, coelhos e outros menores.

Suécia

Os últimos governos suecos, cientes da necessidade dos ecodutos, patrocinaram a construção de vários ecodutos que ficaram conhecidos no pais como "renadutos" (do inglês, reinducts), pois o propósito foi justamente ajudar as renas a cruzarem as estradas canadenses, além, claro de evitar os acidentes sempre recorrentes nessas regiões. 

Brasil

Estima-se que, aproximadamente, 15 animais/segundo morram atropelados nas perigosas estradas brasileiras. As maiores vítimas são os macacos e outros animais silvestres de grande e pequeno porte. Essa marca significa que, anualmente, a fauna tupiniquim perde por volta de 475 milhões de animais de grande porte, como onças, lobos, antas e capivaras e de médio porte, como gambás, lebres e macacos. Na Bahia existe uma passarela exclusiva para a travessia de macacos (foto).

Holanda

Na Holanda, existem mais de 600 cruzamentos onde foram construídos os ecodutos, para proteger texugos, alces e outros mamíferos. Por sinal, os holandeses construíram a maior travessia animal do mundo, o Natuurbrug Zanderij Crailoo, uma passagem superior que se estende por mais de 0,8 quilômetros (0,5 milhas). Os lobos, finalmente, puderam fazer suas travessias sem mais correr risco de serem atropelados, algo que era comum anos atrás.

Outra vantagem dos ecodutos

Quando da construção de um ecoduto, a primeira afetada é a economia local. Além de redução drástica dos acidentes que geram despesas para o governo, o benefício para o meio ambiente é visível. Poupam vidas, além de ajudar a suprir o CO2 do ar e dos veículos, melhorando a vida local da fauna e flora.

Concluindo…

Os animais merecem ir e vir com segurança em qualquer situação. A construção dos ecodutos também ajuda a proteger a biodiversidade local, sem impedir o seu desenvolvimento. Uma alternativa inteligente que preserva a sustentabilidade e reduz os impactos negativos de várias fontes.