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Manter as plantações saudáveis, livres de imprevistos é, atualmente, uma tarefa quase impossível. O monitoramento tem que ser eficaz para evitar prejuízos. Os sensores vestíveis para plantas prometem ser a solução que a agricultura digital precisa. Descubra como funcionam. Leia mais.

A agricultura precisa atualizar seus métodos de monitoramento para que tenha menos prejuízo e produza mais alimentos

Por causa de outros fatores, (políticos, ideológicos, religiosos, etc), além do acesso restrito à tecnologia, a produção global de alimentos não é proporcional ao aumento da população. 

A fome no mundo continua alta. Além de uma produção ainda aquém da realidade, o acesso ao alimento de qualidade continua restrito a um percentual baixo de indivíduos. Para alimentar adequadamente a população mundial, seria necessário um aumento da produção próximo dos 70% de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação.

Além da distribuição desproporcional dos alimentos, uma estratégia que poderia aumentar a sua produção é otimizar o monitoramento da agricultura, beneficiando a todos produtores.

Imprevistos como a instabilidade do clima (provocado pelas crescentes alterações climáticas por culpa do homem), fertilizantes nocivos à saúde das pessoas, solo degradado, invasões de terra e outros motivos, otimizar o monitoramento é crucial. 

O desenvolvimento do sistema de sensores vestíveis para plantas é a grande novidade do setor agropecuário. 

O que são os sensores vestíveis para plantas?

Diferentemente dos sensores vestíveis para humanos, como o tecido elétrico, por exemplo, os sensores vestíveis para plantas são pequenos dispositivos acoplados às folhas das plantas capaz de monitorar a saúde das plantas em tempo real, detectando doenças causadas por vírus e fungos. A tecnologia é habilitada para fornecer outros dados importantes para uma colheita com poucas perdas.

Ainda existem vários desafios a serem suplantados para que os sensores sejam implantados em larga escala. A participação de empresas públicas e privadas na operacionalização do projeto, certamente, permitirá que seu acesso seja mais amplo e não para poucos.

As perspectivas são tão promissoras que o empreendimento poderá significar uma das maiores revoluções da agricultura em todos os tempos.

Nesse sentido, Lei Shu, editor-chefe da Frontiers in Plant Sciences, um dos colaboradores do sistema, comenta: "Graças aos sensores vestíveis para plantas, os agricultores terão maior percepção do ambiente agrícola a partir de uma interação mais direta com as plantas. Quanto maior o grau de acerto dos dados fornecidos pelos dispositivos, maior a produção mundial de alimentos." 

Em outras palavras, um monitoramento que forneça dados com taxa zero de erro e em tempo real, otimizará os rendimentos das culturas, baixando a taxa de desperdício, além de detectar sinais precoces de doenças das plantas e outros obstáculos, reduzindo dessa forma, os impactos negativos ao meio ambiente.

Por causa dos sensores vestíveis para as plantas, os drones poderão fornecer mais dados e com confiabilidade maior. 

Aprimorando novas tecnologias

Os drones, já utilizados para o monitoramente agrícola, poderão ser mais úteis a partir do cruzamento de seus dados com os sensores vestíveis para plantas. Informações que antes eram consideradas impossíveis por causa da sua complexidade como alterações fenotípicas nas folhas, poderão ser viabilizadas.

O benefício, inédito para a agricultura, pemitirá a elaboração de um diagnóstico precoce que poderá evitar a perda da planta ou talvez, de toda a plantação, caso seja um problema potencialmente endêmico. 

Em síntese, os sensores vestíveis para plantas são importantes para:

• avaliação do estado hídrico e nutricional de plantas.

• detecção de plantas doentes e insetos daninhos.

• contagem e fluxo de grãos das safras atuais e em potencial.

• avaliação dos resultados finais do sistema, comparando as plantas "vestidas" com as "não-vestidas".

Previsões fornecidas pelos sensores vestíveis de plantas, incluem:

• Detecção em tempo real das alterações climáticas repentinas.

• Localização de pragas em vias de ataque iminente.

• Estimativa da produtividade em curto e médio prazo.

• Mapeamento do potencial de culturas com base na hidrologia existente.

• Análise das propriedades físicas e químicas do solo (de acordo com a concentração de íons) permitindo a identificação do seu potencial hídrico; teor de nutrientes, etc.

Conclusão 

Os sensores vestíveis para plantas, sem dúvida, serão o novo marco da agricultura de precisão. Esses dispositivos revolucionarão o desenvolvimento de sistemas de supervisão e controle agrícola com a utilização de algoritmos que permitirá a completa automatização da prescrição de insumos, além de possibilitar a geração de mapas de produtividade em tempo real, facilitando o monitoramento completo da cultura. 

Mais uma alternativa viável que pode reduzir a fome no mundo, aumentando a distribuição de alimentos. Que sua aplicação seja uma realidade palpável. A Terra agradece.

*Por Marco Aurélio Gomes Veado: PENSE MAIS VERDE