Cérebro artificial: ciência ou ficção?
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Na medida que o tempo passa, a humanidade convive com novas descobertas e novos inventos. Diferentemente do progresso moral e ético do ser humano, a tecnologia avança numa velocidade espantosa. A bola da vez, a Inteligência Artificial, poderá ter um aliado definitivo: o cérebro artificial ou sintético. Ciência ou ficção? Leia mais.
Será possível transferir dados de um cérebro humano para um cérebro artificial?
Imaginar uma máquina recebendo conhecimentos, memórias, sentimentos e, quem sabe até os traumas de um cérebro humano, ainda é mera ficção. Mas, essa proeza poderá virar realidade um dia.
O primeiro passo para chegar à ideia do cérebro artificial ou sintético foi criar o chamado "upload de memória". O projeto "BMI", Interface Cérebro Máquina (Brain Machine Interface), foi um dos pioneiros do armazenamento da memória fora do cérebro humano.
Como a máquina tem funções não voluntárias, a ideia do BMI foi suplantada por algo mais complexo: o cérebro sintético.
O sistema BMI é limitado porque gera respostas do tecido em torno dos eletrodos implantados. Por isso, se degradam fazendo com que o desempenho da transferência dure pouco tempo.
Com esse obstáculo em mente, os neurocientistas pensaram em outra solução onde a informação se tornasse permanente ou mutável de acordo com a vontade da máquina: a réplica do cérebro humano!
A ideia, portanto, é a preservação de todos os “inputs” produzidos na fonte após seu perecimento, transferidos para uma cópia fiel do cérebro original. O problema é que surgiram vários questionamentos para realizar o projeto.
Questionamentos importantes para serem suplantados na produção e uso do cérebro artificial ou sintético:
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DADOS TRANSFERIDOS - além da memória, outros parâmetros sensoriais serão igualmente transferidos, como traumas e emoções atreladas ao cérebro in natura?
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ÉTICA E MORAL - haverá um “Código de Ética” específico para o controle da produção de um cérebro artificial ou sintético?
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INVASORES CIBERNÉTICOS - haverá alguma senha secreta para acessar os dados do cérebro sintético a fim de evitar os "hackers"?
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UTILIZAÇÃO PARA O MAL - Além do Código de Ética, o cérebro artificial ou sintético contará com dispositivos de segurança para evitar que caia em mãos erradas? Exemplo: input de dados gerados de fontes inescrupulosas (a pessoa morre, mas sua maldade fica).
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TRANSFERÊNCIA DA CONSCIÊNCIA - Como seria a realocação (ou emulação) de uma consciência, uma vez que ela não é palpável?
Ulf Danielsson, autor e professor de Física Teórica na Universidade de Uppsala Universitet na Suécia, acredita que uma das razões para a associação entre a Física Quântica e a consciência, é o fato de que ambos os processamentos são autônomos e aleatórios.
A Física Clássica é determinista, pois seus postulados são fixos. O mesmo acontece com um software tradicional que só será atualizado se houver um comando de origem externa.
Por outro lado, o princípio da programação de um cérebro sintético é produzir resultados aleatórios, ou seja, autônomos, ainda que os valores de entrada sejam iguais.
A ideia é desenvolver um hardware que simule mais de uma função, como acontece com as células cerebrais que se autorreplicam, como no caso da neuroplasticidade, uma capacidade cerebral de se auto ajustar de acordo com mudanças ambientais, experimentais, sociais, físicas e lesões mais graves.
Progressos no desenvolvimento do cérebro sintético:
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Pesquisadores da University of Southern Califórnia, financiados pela National Science Foundation, conseguiram fabricar neurônios a partir de nano tubos de carbono que imitam a função cerebral humana.
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O neurocientista, Brett Kagan e sua equipe, do laboratório Cortical Labs sediado na Austrália, conseguiram conectar 800.000 células cerebrais que, voluntariamente, jogaram o clássico jogo de tênis do Atari. O experimento ficou conhecido como "DishBrain" (em tradução livre, algo como “cérebro na bandeja”). Os resultados foram publicados na revista Neuron.
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O desenvolvimento de cérebros sintéticos pode solucionar problemas relacionados a doenças cognitivas como Alzheimer, Parkinson, epilepsia e demência.
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Pesquisadores da Purdue University, no estado de Indiana, Estados Unidos, estão construindo um cérebro sintético para ser implantado em um robô. O objetivo do projeto é tornar a IA mais portátil para que possa ser utilizada em ambientes isolados, como no espaço ou em veículos autônomos.
Considerações Finais
Por enquanto a decantada, em verso e prosa revolta da Inteligência Artificial contra os humanos continuará no terreno da imaginação fértil. Sem um sistema que lhe ofereça autonomia, nada feito, pois para agir "sem um comando externo" teria que ser um cérebro artificial ou sintético perfeito.
Assim, a almejada fusão mente/máquina, deve ser protelada por "falta de material". Para dificultar ainda mais, não descobriram como seria a transferência de consciência, o propulsor invisível do cérebro. Por ora, o melhor será prosseguir no desenvolvimento do cérebro visando somente benefícios.
Eliminados os obstáculos e os riscos, a humanidade terá, daqui a algumas décadas, o advento de uma nova era para a sua própria sustentabilidade e do planeta em que vive!